domingo, novembro 11, 2012

The pretender.

*11/11/11 - + 11/11/12


Aqui jaz uma lembrança... 
Aqui jaz uma esperança ...
Aqui jaz um pouco de amor.. 





                       

Hoje eu queria poder dizer que essa mesma data um ano atrás foi um dia que valeu a pena. 
Hoje eu queria acreditar
que mesmo que as coisas não saiam como esperávamos
as pessoas ainda valem a pena.

Me esqueço da capacidade sem fim de dissimular.
"Olhos de cigana, oblíqua e dissimulada" 
Como te descreveria José Dias?
"Olhos de coitado, esquivo e dissimulado". 
Talvez..

Com as coisas mudam em um ano!
Amigos se transformam
tornam-se irreconhecíveis.
Outros partem...
Novos amigos surgem
e tornam-se indispensáveis.

Muda-se o corte de cabelo
a cor
o comprimento..
Muda o livro favorito
a moda
a música.
a cabeça.
a mente.
(às vezes, nada muda.
Nada...
tudo acontece no mesmo ciclo vicioso)

Em um ano, você mudou tanto.
Ou será que mudou nada?
Ainda não sei se você existiu ou se eu te inventei.
O fato é que está morto.

Se existiu, mudou tanto que está irreconhecível.
Se inventei, nunca existiu.
Foi uma ilusão.
Fui seu brinquedo.
Um brinquedo que não mereceu nem um pedido de desculpas..
Logo estive enganada neste último ano, de qualquer forma
Seja realidade ou ilusão: acabou.

Um pouco de mim morre quando me decepciono com alguém
a esperança, que já é pouca, se esvai..
Um pouco de mim morre quando vejo que o amor dedicado foi em vão..
por isso, hoje estou de luto.

Estou de luto porque a pessoa que eu conheci morreu.
Estou de luto porque a ilusão que eu criei morreu.
Estou de luto porque é uma pena que as pessoas sejam tão pouco..
quando acreditávamos que elas fossem muito.

Uma pena.
Uma lástima.

mas cansei de lamentar.

Agora me sinto aliviada.
Se não era o que eu pensava ser,
melhor que seja assim.
Se era e mudou, também.

Doeu tanto.
Ainda dói.
Mas tá passando.. vai passar..





"Eu deixarei... 

tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos
 e tu desabrocharás para a madrugada. 
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,

 porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite

 e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente,

 a tua voz ausente,
 a tua voz serenizada."

(Ausência, Vinicius de Moraes)

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