terça-feira, julho 06, 2010

"Há duas formas de levar a vida:

"Uma é acreditar que não existem milagres.
A outra, é acreditar que todas as coisas são um milagre." 






A primeira vez que eu assisti ao filme "Sociedade dos poetas mortos", eu adorei.Conheço pouquíssimas pessoas que gostam, elas costumam achar triste e monótono. Curiosamente, as pessoas que conheci e que gostam do filme tem alguma relação com "o mundo das letras". E mais que isso, tem que ter alguma relação com o mundo da sala de aula.
Ensinar literatura em um mundo onde as pessoas se preocupam com a utilidade das coisas, não é fácil. Convencer alguém a ler um livro trabalhoso, mas genial, como Guimaraes Rosa, ante a linguagem simples e história fácil de "Crepúsculo" é quase uma missão impossível. (quase)
É difícil falar de poesia, de sentimento.. quando poucos acreditam ainda no amor. Quando todos querem ganhar dinheiro. Quando as relações não duram, quando tudo é voltado para o interesse.

Dizer para que serve a matemática, a química, a física e até mesmo a gramática, é fácil. Mas é impossível dizer para que serve a literatura. Simplesmente, porque ela não precisa "servir" para nada. A literatura alimenta a alma.
Bem, e porque falei do filme "Sociedade dos poetas mortos"? Porque neste filme há um professor. De literatura. Ele começa a dar aula no colégio mais tradicional da cidade, deve formar os líderes do país - os pilares da instituição são Disciplina, Tradição, Honra e Excelência. E no primeiro dia de aula, ele convida seus alunos a rasgarem os livros e descobrirem o seu verso, descobrirem sua poesia. Ele diz:
"E medicina, advocacia, administração e engenharia, são objetivos nobres. Mas a poesia, o romance, o amor.. é para isso que vivemos."

É impossível viver sem paixão.

Perguntamos o tempo todo o que nossos jovens querem ser quando crescer. Incitamos a que prestem os vestibulares, procurem as melhores faculdades, escolham profissões que deem dinheiro. Jogamos-os nesse mundo competitivo e pedimos sempre que sejam os melhores.
E por que não pode haver entre os médicos, engenheiros e advogados, os poetas, os músicos, os artistas?

Me sinto um pouquinho como o Mr. Keating, tentando levar um pouco de paixão para a sala de aula. Não que lá ela não exista, existe. e muitooooo! Aliás, até transborda. Mas pouco se revela, não se mostra, se reprime entre o abismo que existe entre professores e alunos. E mais ainda entre a instituição escola e seus alunos.

Na minha escola, existem poetas. Talvez não escrevam seus próprios textos, mas o dizem como se o tivessem feito. Na minha escola, tem músicos, tem atores e atrizes, desenhistas, talvez até escultores, dançarinos e dançarinas.. Existem artistas dentro de cada um deles.

Não sei se eles sabem disso. Mas espero, de verdade, que descubram. Descubram o seu verso, a sua paixão e a sua poesia.
(vídeo do Sarau realizado no dia 29/06)

Um comentário:

Carolina Bonturi disse...

Suelen, incrível como nunca nos encontramos no IEL. É uma pena, ainda mais que este será meu último semestre.
Adorei o seu post, adorei o tema, e a questão da necessidade das humanidades em geral de não se explicarem ao mundo das Verdades.

PS: Sociedade dos Poetas Mortos é legal :), como não podia deixar de ser.