sexta-feira, fevereiro 29, 2008

O inferno


"O que mais me chateia na raiva é que sei, por experiência, que ela passa. A raiva, sim, é um pássaro selvagem: você tenta amansar ele, ganhar confiança, mas quando menos se espera, ele bate assa e foge. A gente fica então com uma fraqueza no peito, no corpo todo, como depois de uma febre. Querendo colo. Mas o pior é o período antes da fraqueza, tomo mundo com os nervos a flor da pele. As caras que por acaso rompiam a barreira do meu quarto eram todas de tragédia. Menos os inocentes: Chico, Íssimo, Bem-me-quer.
Embora fosse antigamente uma princesa (isso o Teo dizia) eu me sentia um sapo. Haveria algum dia o beijo salvador?
Pensava na Berta. Talvez ela...
Mas era cedo ainda. Eu estava muito cheia de raiva (no funfo, vergonha) e, embora tivesse gritado "perdão" à vista de todos, eu não queria me arrepender. Por isso estava ainda naquele inferno. No inferno, isso eu sei, é proibido o arrependimento. Continuamos fiéis aos nossos erros.

Aos trancos e relâmpagos, Vilma Arêas.
Vilma Arêas
É professora de literatura brasileira na Universidade Estadual de Campinas e autora, entre outros livros, de "Clarice Lispector com a Ponta dos Dedos" e "Trouxa Frouxa" (Companhia das Letras).

Ela tem um jeitinho "a la" Clarice mesmo..


segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Algumas observações.

Sábado: chuva o dia inteiro,
Domingo: mais chuva, novamente, pelo dia todo.
Segunda feira: Sol escaldantes durante todo o dia e noite resfrescante.
Isn't it ironic?

***

Há pouco tempo, procuramos pelas locadoras de Jaguariúna pelo filme, Piaf - Um hino de amor. Em uma delas, a moça fez aquela cara de "ué?", mas ainda assim, se esforçou e procurou no sistema. Mas o pior foi na outra, vou até reproduzir o diálogo:

- Moça, vc tem Piaf?
- O que é isso?

Bem, tendo em vista que estávamos numa locadora, várias respostas eram possíveis, não é mesmo? Piaf pode ser um secador de cabelo, um prato tailandês, um novo corte de cabelo, ou até mesmo, um perfume importado.
A impressão que temos é que procuramos por um filme exótico, que nem foi comentado pela crítica e nem vencedor de dois oscars, sendo um deles, o de melhor atriz.
é o interior de São Paulo fazendo o melhor para atendê-los!

***

Ontem, nos cometários do oscar, o Zé Wilker fez um comentário que eu gostei muito. Polêmico e Radical, mas compartilho da mesma opinião:

"Efeitos especiais servem pra mascarar a falta de idéias. Um filme com muitos efeitos especiais geralmente não tem uma boa história."


***

Hoje, na novela das 6, o personagem da Grazi foi deixada no altar. Já fazia tempo que a irmã dela avisava que ele não gostava dela... mas ela queria porque queria casar. Ela deveria ler o livro "Ele simplesmente não está afim de vc". Ou a revista Claúdia.

***

Essa semana voltam as aulas na Unicamp. Isso siginifica que termino meu último semestre. Isso significa que terei um infinito semestre de El's. Isso significa que em pouco estarei formada. (E agora, José?). Isso significa que terá várias choppadas nas próximas semanas. E que eu não terei mais tempo pra ver essas porcarias na televisão. Amém.

domingo, fevereiro 24, 2008

Por último, mas não menos importante..


O homem vampiro


A hostess Patrícia*, 27 anos, conheceu um candidato a namorado em um site de relacionamento. Marcaram um encontro em um bar. Nem bem se sentaram, o moço passou a desfiar um rosário de lamentações: as dificuldades no trabalho e quanto ele dava duro na vida. Foi assim a noite inteira. Ao pedirem a conta, ele começou uma conversa sobre a divisão das despesas. "Eu disse que, no primeiro encontro, ele deveria pagar por uma questão de cavalheirismo." A contragosto, ele pagou a conta. Ao deixar Patrícia em casa, perguntou quando iriam se encontrar de novo. Ela riu, mas nunca mais atendeu a nenhum telefonema dele. "Vi que era totalmente roubada."

O homem-vampiro suga a mulher. Muitos são possessivos e ciumentos. A funcionária pública Karina*, 32 anos, namorou um tipo assim por três meses. "Ele controlava meus e-mails, me fez tirar minha página no Orkut e proibiu o MSN", conta. Tinha ciúmes de tudo e de todos, dos amigos aos familiares de Karina. Ela descontava a frustração comendo sem parar, e o namorado fazia comentários maldosos sobre os 5 quilos que Karina tinha ganhado. Mesmo com a autoestima em baixa, um dia a ficha caiu: "Eu estava fazendo análise e as sessões me ajudaram a perceber porque vivia tão infeliz. Aquele sujeito estava me sugando".

Como reconhecê-lo:

É do tipo nervoso, agitado, inseguro, sempre com medo de ser traído. Gosta de vigiar todos os passos da pessoa com quem está saindo e tenta isolá-la do contato com os amigos e a família. Vive reclamando da vida. Quase nunca tem dinheiro, mas não faltam boas desculpas para pedir para você pagar a conta.

sábado, fevereiro 23, 2008

O homem perfeito

O homem perfeito

A secretária capixaba Débora Ferreira, 28 anos, também pensou ter encontrado o homem ideal. Ele era gentil, trabalhador, carinhoso, dedicado... "Como falávamos em um futuro juntos, comecei a procurar apartamento e a pensar na data para o casamento. Foi quando ele mudou", diz. O moço passou a chegar tarde nos encontros e a repetir comentários como "muitos relacionamentos acabam antes de chegar ao altar". Ele foi esfriando e parou de se preocupar com os sentimentos dela. A perfeição era uma farsa: "Ele só queria viver experiências novas", descobriu Débora.

A jornalista Ana Kalyne, 40 anos, também caiu no laço do homem perfeito. "Ele fez de tudo para me conquistar: mandou flores, me levou aos melhores lugares, trouxe presentes lindos." Para completar, falava que queria casar e até chorava quando Ana dizia não querer a mesma coisa. "Depois de um tempo, cheguei mesmo a considerar a possibilidade de me casar." Afinal, que mulher não gosta de homens estáveis, inteligentes e, ainda por cima, aparentemente apaixonados? "Eles têm sempre na ponta da língua frases do tipo: 'Você é a mulher da minha vida'." Parecem ter a idéia fixa da conquista, mas quando ela acontece... se mandam. Foi assim com Ana. Hoje, ela está namorando e feliz. O eleito passa longe do estilo perfeito.

Como reconhecê-lo:

É um sujeito que, de cara, demonstra ter todas as qualidades valorizadas pelas mulheres. É gentil, elegante, dá presentes. Geralmente, ele se declara logo na primeira semana, se expressa com facilidade, olha nos seus olhos e faz comentários que toda mulher gosta de ouvir, como elogiar o novo corte de cabelo.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

E não pára por aí!


Meninas, a revista Cláudia não pára por aí! rss Não existe só o Homem Ternura! Tem também o Homem Sincero! (esse eu conheço super bem...)

Previnam-se! ;)

O homem sincero

Esse faz o gênero franco. Deixa claro que não quer nada sério, mas garante que tamanha sinceridade é em respeito aos sentimentos da mulher. A fisioterapeuta Denise*, 27 anos, caiu nessa conversa. A convite de um casal de amigos, foi à casa de um desses homens sinceros. Era um lugar elegante, como o dono da casa. Ele serviu um jantar acompanhado pelos melhores vinhos e discorreu sobre a arte da degustação. Quando deu por si, Denise estava aos beijos e abraços com o moço. Foram para a cama na mesma noite e tiveram uma transa fantástica. No dia seguinte, ela acordou com um café-da-manhã e, ao chegar em casa, recebeu uma mensagem dele. "Para mim, estava claro que haveria uma continuidade." Mas, passada uma semana, nenhum sinal do moço. O amigo em comum explicou que ele tinha acabado de se separar da mulher e estava se adaptando à vida de solteiro. "Eu me agarrei àquela explicação para justificar o sumiço dele e aproveitei a primeira oportunidade para encontrá-lo de novo." Na segunda vez, o sexo foi ainda mais explosivo. Mas, quando terminou, ele confessou que não queria nada sério com ninguém. "Eu não podia acreditar, tinha certeza de que ia dar certo." Era engano. Depois disso, o moço passou a evitá-la. "Vi que ele não queria nada mesmo. Pelo menos, não comigo."

Como reconhecê-lo:

Ele é direto: não faz declarações nem perde tempo com presentinhos e bilhetes românticos. Vai logo ao ponto: quer levá-la para a cama. Obviamente, não diz isso com palavras, mas deixa claro por sua maneira de agir. Tudo é muito rápido: ele arma o cenário de sedução e dá o bote, porque quer estar livre e pronto para outra.


Amanhã tem mais!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Utilidade pública.


A Revista Claúdia publicou uma reportagem no mínimo engraçada. E também, muito útil! haha
Afinal, a gente já conhece..sabe que vai dar merda..mas sempre cai numa dessas!!!

Lá vai..

Homem-cilada

Eles existem desde que o mundo é mundo e, para não ser desmascarados, ficaram mais sutis na hora de camuflar as artimanhas. Fomos mais espertas: procuramos vítimas recentes e fizemos o retrato falado dos homens-roubada. Olho neles!


O homem ternura

Logo que conheceu José*, em um site de relacionamentos, a professora de educação física Cíntia*, 36 anos, ficou encantada. Ele vinha de uma série de namoros complicados, e Cíntia teve a certeza de que o moço encontraria nela, enfim, um porto seguro. Depois de duas semanas de conversa online, marcaram um encontro. A primeira semana foi um sonho: José era sempre "fofo" e apaixonado. Cíntia conheceu a mãe, o padrasto, o filho e os melhores amigos dele. Mas não freqüentavam juntos locais públicos. "Ele dizia que a ex-mulher o colocara na Justiça porque ele pagava apenas' 10 mil reais de pensão para o filho e havia um mandado de prisão contra ele." Apesar dos avisos dos amigos, Cíntia continuou com ele. Quando José contou que o advogado tinha conseguido suspender o mandado de prisão, Cíntia comemorou, mas a alegria durou pouco. Na primeira noite de "liberdade", ele ligou dizendo que estava deprimido demais para se encontrar com ela. A intuição levou Cíntia a abrir a página de José na internet. "Havia um recado de uma moça de outra cidade e a resposta dele: uma declaração de amor. Fiquei chocada." Ao ser confrontado, José não assumiu o caso, mas, com cara de desolado, alegou que Cíntia era "linda demais para ele e que não teriam futuro juntos". O namoro terminou naquela mesma noite.

Como reconhecê-lo:

Ele é "fofo", aparentemente carente, precisando de colo. Vem com aquela conversa de namoros sofridos ou ex-mulheres vingativas. Se diz um romântico à procura de um grande amor, que não teve sorte nos relacionamentos anteriores. Apresenta a nova "vítima" à família e aos amigos, fazendo-a sentir-se acolhida e segura.

Assistindo à novela


Pouco assisto TV. Na maioria das vezes, prefiro passar meu tempo livre e ocioso na internet mesmo. Salvo no período das férias, afinal, não teria como ficar todo o meu tempo livre e ocioso na internet, seria tempo demais! Assim sendo, só me restam as maravilhas da Tv aberta! Sem questionar se os programas são bons ou nãos com qualquer tipo de argumento que seja. Não se esqueçam de que televisão é entertenimento!
Comecei então a assistir a novela das 7, Sete Pecados, e como comecei a assistir, é claro que eu não poderia perder o último capítulo!!!! (foi lindo, a Beatriz se redimiu dos seus pecados e a Clarice voltou pro Dante.. ahhh se a vida fosse uma novela! =) E ali, estava eu, me alienando no mundo absurdo e surreal que é retratado pelas novelas quando de repente, não pude deixar de me irritar com uma única fala da personagem interpretada pela Nicette Bruno, não me lembro do que ela disse antes e nem do que ela disse depois, só fiquei com essa frase: "Como diria o poeta que seja eterno enquanto dure".

Que poeta, amiga?????????? O cantor do katinguele, karametade ou sei lá qual é o grupo de pagode que fez o favor de parafrasear os versos do Vinicius de Moraes?
É por isso que detesto versões e afins. É incrível como o que fica na cabeça do povo sempre será a versão! Ou alguém consegue ouvir I'll be there sem se lembrar de Sandy e Junior?
E nessa brincadeira, o pobre do poeta acaba sendo o 'responsável' por um verso que não foi ele que escreveu, e será que só eu percebo a diferença de sentido?
Quando se estuda a linguagem, percebe-se que não existem sinônimos. Se usamos esta e não aquela palavra é por que uma não pode substituir a outra, e se fazemos essa substituição estamos alterando os efeitos de sentido.

Vejamos, não é tão complexo, principalmente nesse caso:
"Que seja eterno esse amor/que dure para sempre" é uma coisa. "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja INFINITO enquanto dure" é algo totalmente diferente.
Eterno e Infinito não são sinônimos e não devemos substituir um pelo outro. A começar, pela própria forma do soneto, este, tem uma forma rígida, de versos, rimas e sílabas métricas. Logo, e-ter-no não se encaixa no verso da mesma forma que in-fi-ni-to. Mas isso, nem é o que mais importa, o que mais me incomoda está na relação de sentidos mesmo!
Recentemente, usei esse próprio verso para falar sobre o amor. O amor que acaba. O amor que é chama. Eterno é aquilo que não morre, que dura além da morte. Que não tem fim. Nesse caso, eterno se aproxima mais do sentido da palavra imortal. E o que o poeta faz é justamente dizer que o amor NÃO deve ser imortal, posto que é chama. O amor deve ser infinito.
E basta ler todo o soneto para entender o que é amar até o infinito. É de tudo, ao seu amor, ser atento. E se encantar mesmo quando vc achava que não era mais possível se encantar mais. É viver cada vão momento. É rir seu riso, derramar seu pranto, a seu pesar, ao seu contentamento.
E assim, perto do fim daqueles que ama, próximo a solidão. Perto de ver essa chama que se apaga, poder ter a certeza de que enquanto ela esteve acesa, ela foi intensa, ela foi infinita.
Creio eu, que quando as pessoas dizem "que seja eterno enquanto dure", talvez elas tenham essa idéia. Mas não foi isso que o poeta disse.
Valorizo a autoria, sim! Acho importante, ele merece os méritos. Ora, serão gerações repetindo aquilo que ele disse. E aí, vem a maior rede de televisão do país, e divulga o verso do poeta que fez questão de em toda sua vida falar do amor de maneira distorcida. Valeu, rede globo! É nessas horas que eu me lembro porque eu deixo de assistir novela...
Bom, mas faço a minha parte, para aqueles que vêem até aqui e gastam o seu precioso tempo lendo as minhas bobagens, fica o meu pedido de recém-formada em Letras e apaixonada por Literatura: não saiam por aí dizendo que o poeta que fez a frase do pagode do Katinguele... e se me permitem um conselho: não queiram amor eterno, não queiram amar para sempre, mas sim, queiram amar até o infinito.


De tudo ao meu amor serei atento,
antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do seu maior encanto
dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso, e derramar meu pranto
a seu pesar ou a seu contentamento

e assim, quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
ou quem sabe a solidão, fim de quem ama

que eu possa dizer do amor (que tive)
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

(Soneto de fidelidade, Vinicius de Moraes)

domingo, fevereiro 17, 2008

Bizarre Love Triagule


Toda vez que penso em você
Eu sinto passar por mim um raio de tristeza
Não é um problema meu mas é uma coisa que não gosto
Vivendo esta vida que não posso deixar para trás
Não faz sentido em me dizer
Que a sabedoria de um tolo não vai te libertar
Mas é assim que as coisas são
E é o que ninguém sabe
E a cada dia que passa minha confusão cresce

Toda vez que te vejo caindo
Eu fico de joelhos e faço uma oração
Estou esperando pelo momento final
Quando você dirá as palavras que não posso dizer

Eu me sinto muito bem
Eu me sinto como nunca deveria me sentir
E quando eu fico assim eu simplesmente não sei o que
dizer
Porque não podemos ser nós mesmos da mesma forma que
fomos no passado
Eu não tenho certeza do que isso significa
Eu não acho que você é o que parece
E na verdade admito para mim mesmo
Que se eu machucar outra pessoa
Eu jamais verei o que na verdade deveríamos ter sido

Toda vez que te vejo caindo
Eu fico de joelhos e faço uma oração
Estou esperando pelo momento final
Quando você dirá as palavras que não posso dizer

(New Order)

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Que tal um filme?


Hoje, eu assisti a um filme que me surpreendeu muito. Primeiro, porque conseguiram deixar a Charlize Theron horrorosa. Eu achei que fosse impossível. Ela é uma das mulheres mais lindas que eu já vi na vida, e sim, ela está horrorosa. Gorda, descabelada, enfim.. Mas o melhor, é que ela soube fazer brilhantemente bem um papel que jamais seria atribuído a uma gostosona de Hollywood! Bem.. acabei de assistir a Moster - Desejo Assassino.
Veja bem, eu jamais assistiria um filme só por esse título. É péssimo. Tem nome de filme ruim. Ainda bem que na capa tinha lá a referência dos prêmios que o filme recebeu, (graças a atuação da Charlize, diga-se de passagem!) e então, decidimos arriscar!
A princípio, achei que o roteiro fosse seguir como a maioria dos filmes de serial killers. Um assassino que tem uma história de vida cheia de traumas, que age fria e calculadamente em cada assassinato e um policial super inteligente resolveria o caso. Bobagem! Eu devia saber que era bobagem, afinal, não é um serial killer qualquer.. se trata de uma história real, protagonizada por uma mulher!
O filme baseado em histórias reais sempre é algo intrigante também,pois nos dá a falsa ilusão de que estamos tendo uma reprodução fiel da realidade. Esquecemo-nos de que não deixa de ser uma ficção. E que é uma determinada visão dos fatos que foi escolhida pra ser retratada (dentre as muitas que existem). E o grande lance do cinema é isso: fazer a ficção parecer realidade sem deixar de ser ficção.
Pois bem, em Monster, a diretora e roteirista Patty Jenkis tentou transformar a história da protagonista Aileen em um filme mais próximo possível da realidade dessa mulher. O filme se passa no mesmo lugar onde tudo aconteceu.. nos mesmos bares, no apartamento que ela morou, e durante as filmagens, as pessoas que a conheceram estavam por volta, como espectadores.
Ailleen teve uma vida de cão. Família desestruturada, uma jovem sonhadora.. que ainda criança se rende a prostituição. Essa é a única forma de viver que ela conhece. Essa vida a leva a ter repulsa por homens. Até que um dia, logo após desistir de se matar, ela conhece
Selby. Uma menina que irá lhe mostrar uma outra forma de amor. É a única saída para Lee. É como se fosse a luz no fim do túnel. E ela é capaz de tudo, pra agarrar essa chance. De realmente gostar e ser gostada. Ao mesmo tempo que Lee conhece bem a realidade, conhece bem o mundo real, ela age muitas vezes ingenuamente.. como se fugisse dessa realidade, tentando dessa forma viver o mundo que ela gostaria de viver.
Não vou contar o decorrer (e nem o desfecho) da história. Mas é um filme que faz pensar. Não é só entretenimento. Te faz pensar e muito. Sobre as relações humanas, sobre o egoísmo, sobre a ilusão, o desespero que muitos vivem e a gente nem sequer faz idéia. E como os julgamentos também são egoístas, e as vezes, cruéis.
Sem demagogias e sem tomar partido, é um filme que conta uma história triste. Que tentou ser feliz. Acreditou que podia ser feliz. Mas nem sempre isso basta né?
Por fim, os assassinatos nem são o foco principal da narrativa, embora tenham muita importância, uma vez que são consequências dessa história de amor. Uma história de amor que foge aos padrões.
Vale a pena conferir, a Charlize está ótima, a Christina Ricci continua feinha, mas é um filme e tanto!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Pseudo-cética

Visão de amplitude se soma a experiência de vida. O resultado é profundidade e eficiência. Clima bom no campo afetivo, destaque para seus talentos e encantos - viagens ou pessoas fora de sua cidade estão relacionadas a esse florescimento de capacidades e de atitudes marcantes e definidas. Finura de espírito.


Eu me divirto com o horóscopo! =)

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Eu ando dois passos.

"Eu ando dois passos... ela se afasta de mim dois passos.
Eu ando dez passos ... ela se afasta de mim dez passos.
Para o que serve a Utopia?
Serve para caminhar..."
Eduardo Galeano


Hoje, tivemos mais uma reunião do CPJ. A mais produtiva de todas, ao meu ver. Cheguei em casa animada, contente. Acho que estamos perto de ver os planos sairem do papel. Gosto de ver todo mundo envolvido, determinado, disposto e com vontade de fazer acontecer.
Sempre vai ter quem queira nos por pra baixo, só levantar os problemas. A gente sabe que os problemas existem. Eu mesma me esforço pra não me preocupar tanto com eles, mas não os ignoro. E hoje, em mais uma reunião, quando decidiamos uma coisa e logo lembrávamos que tinha outra pra resolver, eu me lembrei dessa frase que é a assinatura de email da Mineira.

Caminhar... esse tem sido meu lema. Percebi que não nasci pra ficar parada. Me irrita não ter objetivos, não ter pelo que esperar, não ter metas, planos. Não me conformo em como tem pessoas que conseguem viver em esperar o outro dia chegar pra continuar sem nada a fazer. Sem nem um objetivo pra atingir. Vivendo em função de nada. Acomodado..
Acho que esse é o mal. Sou a favor de manter a cabeça sempre ocupada. Evita discórdia, desentendimentos por bobagens. Quando não se tem tempo pra pensar besteiras, vc acaba se dedicando ao que realmente é importante.

Ah..e tb queria ter mais inspiração pra escrever nesse blog. haha tá malz..

mas..

vamo que vamo

né?

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Descartável.

Uma das invenções do mundo moderno foram os artigos descartáveis. Com a velocidade e dinamicidade que a vida das pessoas tomou, viu-se a necessidade de criar estratégias para facilitar a vida moderna. Afinal, tempo é dinheiro.
Fralda descartável facilita a vida da mãe e do bebê, creio eu. (afinal, não deveria ser nada confortável ficar mijado num pano que demora pra secar.) Os copos descartáveis também facilitam. Usou e jogou fora. O meio ambiente? Bem, passaram a pensar no meio ambiente só muito tempo depois. A principio, como já disse, tempo é dinheiro. E o que é descartável, economiza tempo.
Pois o problema é que as proporções desse comportamento foram maiores. A velocidade do mundo moderno tornou as relações também descartáveis. Os românticos que me perdoem, e que não me crucifiquem. Afinal, vcs têm que concordar comigo que é verdade.
As relações tem vida útil determinada em função da vontade de cada um. Enquanto aquela pessoa te faz bem, você sustenta. Passou a não te favorecer mais, você joga fora. Igualzinho a um copo descartável. Enquanto ele serve pra você tomar coca cola, vc o usa. Se ele rasga, ou se vc encontra um maior, ou ainda, se vc o esquece em algum canto, imediatamente, vc procura outro. E, ao meu ver, é assim que as pessoas têm tratado umas as outras, como se fossem descartáveis. Em qualquer tipo de relação. No âmbito profissional, enquanto vc serve, ótimo. O primeiro deslize, tchau. Tolerância? Paciência? Ora, há espaço pra esses sentimentos? Tempo é dinheiro. Paciência exige tempo. Tempo é dinheiro.
Amizades, conhece hoje, amanhã já é miguxa. E depois de amanhã não se lembra mais. Acabou a baladenha, acabou a amizade perfect. Enquanto a amizade favorece interesses pessoais, ótimo. Não mais, adeus. Respeito, consideração? Mais uma vez, tolerância? Pra que tentar entender o outro? É difícil, exige tempo, a vida passa.. tantas pessoas no mundo. Igual àquelas máquinas fotográficas que você usa só para aqueles momentos e depois, não precisa mais. Descartável, com vida util resumida a algumas fotos.
E as relações de amor então. No conflito do desejo e o sentimento. Como me disse uma amiga uma vez, difícil encontrar a linha tênue que divide a curtição do envolvimento. Pra uns, curtição. Enquanto o outro apenas está "curtindo", ótimo. Passou a ter envolvimento, passa-se pra outra. E tudo o que viveu. Vai pra reciclagem. Assim como as garrafas pet. Você que dê um jeito de se reciclar, porque a coleta seletiva leva tempo. "Tempo é dinheiro. Não quero perder tempo". E assim, atropelamos uns aos outros, invadimos individualidades, julgamos ações, apontamos o dedo e dizemos o que o outro deve fazer, ninguém se esforça pra compreender. Vive cada um dentro das suas verdades, e o outro. O outro é problema dele.
Há momentos em que me sinto assim. Descartável. Eu tenho meu ego. Minha auto estima. Eu queria sentir que sou importante. A gente sempre que sentir que é. Quer ouvir, quer perceber, quer sentir.. e de repente, a gente só sente que é descartável. É como se na verdade, eu só devesse ser importante pra mim mesma. Porque nunca você será prioridade pra outra pessoa.
Pode parecer um pensamento infantil, ou egoísta. Ou só um surto de tpm. Mas..enfim, só sei que é ruim. É ruim se sentir descartável.
Não quero ser injusta com aqueles por quem gosto e estão comigo sempre. Não penso isso de todos. E talvez, por ter pessoas importantes, eu não devesse me preocupar com essa sensação. Mas o que me intriga, não é apenas sentir isso quanto a mim. É ver esse comportamento nas relações das pessoas uma com as outras. O que leva alguém a pensar que podemos fazer isso uns com os outros? Em que medida vc tem o direito de tratar uma pessoa como se ela fosse um copo descartável e cobrar que ela entenda isso? Não, não dá pra entender. A gente finge. Engole seco. Caminha. Continua. Mas entender, nunca.


Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração


(Fernando Pessoa)

domingo, fevereiro 03, 2008

Jaguariúna no sambódromo da Anhembi.

"Também tendo de enfrentar problemas, a Pérola Negra começou o seu desfile às 2h05 (com o cronômetro já marcando cinco minutos de desfile) exaltando a cidade paulista de Jaguariúna, famosa pelos seus rodeios e que comemora 55 anos de emancipação. Liderada pelo carnavalesco Delmo de Moraes, a escola cantou o samba-enredo "A Onça Vai Beber Água - Jaguariúna: Qualidade de Vida e Desenvolvimento nos Trilhos do Tempo", destacando aspectos da história e da paisagem da cidade.

A escola do bairro da Vila Madalena levou ao Anhembi o universo de caubóis e "cowgirls", com direito a uma arena country montada em um carro alegórico. A comissão de frente "Guardiões da Pérola Negra", com 15 anjos que protegiam uma estrela de seis pontas (Jaguariúna também é conhecida como "Estrela da Mogiana"), foi seguida de um carro com índios de sete metros de altura e ala "Índios Caiapós - Primeiros Donos da Terra".
A bateria estava fantasiada com um capacete de jaguar, também em referência à cidade. À sua frente veio a rainha Camila Barbosa. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira foi formado por André e Gisa. Curiosamente, a execução do samba-enredo teve a presença marcante de um teclado, um tanto incomum nos desfiles.

Durante o desfile houve referências ao trabalho escravo e aos barões de café, além de homenagens aos imigrantes italianos e sírio-libaneses. O carro "Rodeio de Jaguariúna" veio trazendo como destaques a Miss Rodeio e campeões mundiais de dança country, com um grande peão montando um touro e uma arena com platéia.

Robson Ventura/Folha Imagem
"Cowgirl" e seu chicote no rodeio armado pela Pérola Negra no Sambódromo
A Pérola Negra teve imprevisto com o carro alegórico "Maria Fumaça". Segundo um dos integrantes do apoio da escola, a parte da frente do trem não teve força para puxar o restante do carro. A locomotiva foi retirada e apenas o restante do carro foi para a avenida.

A escola Pérola Negra encerrou o seu desfile a um minuto do prazo máximo do regulamento para não perder pontos por atraso. Para isso, seus integrantes precisaram apertar o passo."






Quanta politicagem....

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Irene, por Manuel Bandeira

Irene


Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.


(Manuel Bandeira)


São Pedro Bonachão! hahhaha